Biografia do Irmão Roberto Giovanni
Roberto Giovanni era nascido na cidade de Rio Claro – SP, no dia 18 de março de 1903.(Nb. Nos Documentos da Congregação a data de nascimento é: 16 de março ). Sendo seus pais Severina Padula Giovanni que era doméstica e Paschoal Giovanni era alfaiate e Representante Consular, os quais tiveram seus filhos: Domingos, Antônio, Emília, Maria, Roberto, Yolanda, Rosalina, Orestes, Sílvio, Nair, Luciano, Emílio e Conceição Aparecida, todos já falecidos.
Roberto teve uma infância sem relevância, no entanto, era cheio de entusiasmo por todos os divertimentos infantis, participando sempre de todas as recreações escolares, partidas de futebol, corridas e atletismo. Quando ia ao cinema de cenas mudas, apreciava muito as comédias de Carlitos, do Gordo e Magro etc…
Quanto a sua adolescência, Roberto passou entre estudos e trabalhos.
No surgimento da vocação religiosa, Roberto recordava-se com saudades de seu amigo Isaac Lopes, o qual assinalava esta circunstância providencial: A 12 de dezembro de 1925, Deus nosso Senhor levou para si a bela alma desse meu amigo Isaac. Ele pretendia ir para o
seminário. Não Conseguiu. Já noivo e após um ano de enfermidade, sua alma aliou-se para o céu. “Esta separação e as saudades levaram – me ao desejo de substituí-lo no seminário dos padres Estigmatinos.”
Outro motivo juntou-se ao primeiro: a orientação e exemplos do saudoso Padre Luiz Maria Fernandes, dentro da Congregação Mariana, e sua festiva ordenação sacerdotal em, Campinas, junto de seu colega Padre João Batista Consoláro, 26 de abril de 1927. Estes foram os últimos remates para decidir seu ingresso na vida religiosa dentro da Congregação Estigmatina.
Enfim, após encontrar apoio de seus familiares, no dia 21 de junho de 1927, dia de São Luiz Gonzaga, quando a cidade de Rio Claro comemorava seu primeiro Centenário de Emancipação política, ao anoitecer, deu – se momento de sua despedida rumo ao Seminário. Comovido, Roberto
abraçou sensibilizados seus pais que lhe deram a benção aprovando seu desejo. Em seguida, acompanhado de seu pai dirigiu-se ao Seminário Santa Cruz.
Após a missão dos votos de pobreza, castidade e obediência, segundo constituições, os superiores enviaram-no à comunidade Estigmatina de Castro, no Estado do Paraná.
Desde a mocidade, já demonstrava grande preocupação com as pessoas necessitadas a quem ajudava dando objetos se seu uso pessoal, como roupas, sapatos e até dinheiro:
Entre alguns exemplos de caridade que praticava temos:
– Contribuía com grande parte do seu ordenado para ajudar os colegas de serviço comprando alimentos, remédios, pagando aluguel, etc.
– ensinava pessoas que não tinha condições, dando aulas de datilografia, português, matemática e outras.
– foi presidente do Asilo são Vicente de Paulo, em Rio Claro, onde muito se destacou pela bondade, humildade e dedicação aos pobres.
– quando via na rua qualquer pessoa empurrando a carrocinha, ele ia logo ajudar.
– por ocasião de ser ordenado padre, em sua humildade, não aceitou por não se achar digno de ser sacerdote, permanecendo assim, apenas como leigo, tornou-se então, Irmão Roberto.
Em setembro de 1939, Irmão Roberto foi transferido para a comunidade Estigmatina de Casa Branca.
Somos gratos a Deus por ter-nos dado essa jóia de grande valor, patrimônio maior, querido Irmão Roberto.
Ao falar e pensar nesse admirável e prodigioso personagem é ter diante da mente a imagem de uma criatura recata habitualmente concentrada e reflexiva, feita de bondade, humildade, educação apurada, dedicação generosa e despretensiosa.
Pode-se com toda segurança afirmar que jamais uma palavra descabida ou descortês fosse proferida. O que brotava de seus lábios eram expressões de compaixão ou de desaprovação de algum procedimento menos correto.
Tinha Irmão Roberto, em sua vida, duas paixões: os pobres e os doentes, descrever, em pormenores, o que Irmão Roberto fazia nesse campo, era repassar sua vida toda, a vasculhar todos os recantos da cidade onde o sofrimento se esconde. Tinha também, com jeito simples e com muita paciência, muita afeição e dedicação pelas crianças, tendo elas como alvo
preferencial na sua evangelização.
Dois tormentos afligiam a vida do Irmão Roberto: ter que ouvir elogios( e eram tantos! Tão merecidos!) e não dispor de recursos bastantes, quando pessoas carentes e doentes precisavam de assistência.
Um particular que a todos nos impressionava, na vida do Irmão Roberto é sua conduta impregnada de sobrenatural. Qualquer contato que alguém tinha com ele, logo se convencia de estar se entretendo com um homem totalmente tomado por Deus.
Em 11 de janeiro de 1994, Deus Nosso Senhor levou para si a bela alma do Irmão Roberto Giovanni. Dele que será eterno em nossas vidas, guardamos a imagem pura e reta, o modelo de fé, amor e doação. Irmão Roberto ajudou não somente aqueles irmãos mais pobres, sem condições,
mas, aquelas pessoas, todas, que conversaram, conviveram, viram, e que foram ajudadas, tocadas por Deus, talvez sem perceber, através de sua pessoa, sua presença. Este grande homem era, sem dúvida alguma, um homem especial, um homem de Deus.
Fonte:
– Um Exemplo para todos nós – autor Diácono Fernando Siqueira
– Uma obra Inacabada-autor Dr. Sérgio Ozaki
– Depoimentos de Fernando Siqueira e Renato Tadeu de Lima